MAIS
que o Parabéns pela luta,
Um
convite à ela!
Primeiro de Maio. Estamos
chegando a mais um dia das Trabalhadoras e Trabalhadores. Data que,
mais que um feriado, representa uma união e transmite uma simbologia
de lutas e conquistas para a classe trabalhadora. Mais que praia e
churrasco, é tempo de se colocar nas mesas dos bares, escritórios,
fábricas e casas desse país, uma reflexão sobre a classe
trabalhadora. Uma opinião sobre política. Para nós, uma posição
partidária.
História
de Lutas
Cabe
ainda à essa altura, lembrar da consciência de classe que o povo
trabalhador deve ter. Lembrar que é necessário avaliar, ponderar e
se reconhecer enquanto explorado. Consciente disso, argumentar no
extenso campo de batalha que se projeta a luta política e conduzir
uns aos outros a uma sociedade melhor. Temos só algumas ideias do
que queremos, e aos olhos dos outros, o medo dessa incerteza é nosso
vilão. Entretanto o que nos alimenta é outra certeza. Essa nos move
de forma incansável e tem potencial. Não é esse o mundo que
queremos.
Pensando
nesses sonhos, os trabalhadores lutaram durante toda a história
deste país, com greves gerais, manifestações e paralisações,
organizados ou não em sindicatos. O apogeu da luta da classe
trabalhadora no Brasil se dá com a eleição do primeiro presidente
operário da história do povo brasileiro. Dando sequência às
conquistas, elegemos a primeira mulher presidenta. Já se vão dez
anos deste governo protagonizado pelo Partido dos Trabalhadores (que
também é das Trabalhadoras), fundado há trinta e três anos e
referência da esquerda na América Latina e no mundo.
O PT nos governos
Retiramos
milhões de famílias da miséria e da fome; incluímos
afirmativamente os setores populares da sociedade no ensino superior;
transformamos a vida das pessoas no cotidiano, dentro da casa delas.
Ganho real no salário mínimo; garantia de proteção aos produtos e
consumidores brasileiros; proeminência e protagonismo nas relações
internacionais. Poderíamos nos dispor a elencar tantas quantas forem
necessárias respostas estatísticas que acusem e reconheçam nossos
avanços nos governos.
Esse
triunfo no enfrentamento ao ancestral desequilíbrio social, assim
como a superação de fatores que pudessem vir a travar a
governabilidade, consequência de uma amplitude acentuada no leque de
alianças, não representam acaso algum. Particularmente no cenário
paraibano temos a única capital petista no Nordeste, e isso é
inédito aos paraibanos e em especial, aos pessoenses. Historicamente
tivemos pouco sucesso na Paraíba, sempre oscilando entre coadjuvante
e refém do PMDB - e até um surreal PSDB em Campina Grande e o
ex-PPS em João Pessoa.
Os
governos tem mostrado esforço em atender às necessidades da classe
trabalhadora, mas esses mesmos governos (e vale ressaltar, é
diferente de poder) liderados pelo PT (tanto no plano nacional quanto
no local) digladiam internamente contra interesses de conservadores
ruralistas, fanáticos religiosos, empresários e especuladores. E
esse esforço se torna redobrado quando não envolve a sociedade, não
a conscientiza e a coloca como espectadora e receptora de benefícios
consumistas capitalistas, ao invés de alçá-la ao patamar de
protagonista, parceira consciente de seu papel no processo
democrático.
Uma
nova mentalidade para se discutir o PT: disputar a sociedade é
preciso
Entender
o momento de dialogar para além do governo, e de colocar a
militância do partido para um debate franco com a sociedade deve ser
encorajado. O debate de gabinetes e secretarias já onera muitos
militantes partidários e a acumulação de cargos é um defeito que
deve ser consertado, de forma a liberar um possível engessamento e
garantir uma transição na geração política que dirige o PT. Tudo
isso demanda uma ação organizada e articulada, da força da
militância e da credibilidade de sua direção.
Isso
é irrefutável: convergir uma infinidade de forças políticas de
esquerda para montar este partido, governar o Brasil e promover
inclusão social é a vitória dessa primeira geração política do
PT. E que à segunda geração política cabe elaborar uma nova
estratégia capaz de superar a primeira, dialogando com suas
conquistas. O Brasil é outro depois dos governos Lula e Dilma. João
Pessoa alimenta expectativas do que possa ser a gestão de Luciano
Cartaxo, e toda a Paraíba espera do PT uma postura diferente em
2014, na disputa estadual. Esse novo Brasil exige uma nova
estratégia. A vitrine de João Pessoa é fundamental para aspirações
estaduais.
Assim,
simplesmente seguir governando e incluindo gente, nesse mesmo padrão
de consumo e mentalidade individualista, nos levará ao esgotamento
do sistema econômico e do projeto de transformação para a
sociedade que queremos. Além de melhorar a vida das pessoas, é
importante que elas tenham consciência de não se “tornarem uma
nova classe média”. Isso é capitalismo e não é esse o nosso
objetivo. O nosso objetivo deve ser “formar uma nova classe
trabalhadora”, com melhores condições e qualidade de vida. Essas
pessoas serão cidadãos e cidadãs conscientes e elas mesmas
buscarão a transformação da sociedade.
Um
convite ao diálogo
É
esse o sentido das coisas para nós do Movimento Ação e Identidade
Socialista. É isso que pensamos sobre os trabalhadores nessa data, e
sobre essas ponderações temos uma posição dentro do nosso
partido. Parabenizando os trabalhadores e as trabalhadoras por esse
histórico dia de luta, aproveitamos e viemos até aqui apresentar
essa alternativa. Com outros nomes, outra mentalidade, uma nova
cultura política, uma nova maneira de tratar. Assim nos apresentamos
e nos propomos ao diálogo para o Processo de Eleição Direta de
2013.
Apostamos
na disputa social, política e ideológica em todos os espaços
possíveis. Inclusive no interior de nossos próprios partido e
governos. Sabemos que a superação do neoliberalismo não se dará
tão somente por governos (que são importantes, e sobre os quais nos
dispusemos, pelo bem do povo, a construí-lo através dele, também,
um caminho de transformação) e a história da sociedade caminha
rápida com o advento tecnológico, mostrando que os partidos
precisam pensar outras dinâmicas, se quiserem estabelecer diálogos
e relações. Contudo será também na luta do povo, na mobilização
social, na disputa de hegemonia que construiremos o socialismo.
João
Pessoa, 01/05/2013.
Movimento
Ação e Identidade Socialista