quarta-feira, 1 de maio de 2013

Convite à Luta!

MAIS que o Parabéns pela luta,
Um convite à ela!
Primeiro de Maio. Estamos chegando a mais um dia das Trabalhadoras e Trabalhadores. Data que, mais que um feriado, representa uma união e transmite uma simbologia de lutas e conquistas para a classe trabalhadora. Mais que praia e churrasco, é tempo de se colocar nas mesas dos bares, escritórios, fábricas e casas desse país, uma reflexão sobre a classe trabalhadora. Uma opinião sobre política. Para nós, uma posição partidária.
História de Lutas
Cabe ainda à essa altura, lembrar da consciência de classe que o povo trabalhador deve ter. Lembrar que é necessário avaliar, ponderar e se reconhecer enquanto explorado. Consciente disso, argumentar no extenso campo de batalha que se projeta a luta política e conduzir uns aos outros a uma sociedade melhor. Temos só algumas ideias do que queremos, e aos olhos dos outros, o medo dessa incerteza é nosso vilão. Entretanto o que nos alimenta é outra certeza. Essa nos move de forma incansável e tem potencial. Não é esse o mundo que queremos.
Pensando nesses sonhos, os trabalhadores lutaram durante toda a história deste país, com greves gerais, manifestações e paralisações, organizados ou não em sindicatos. O apogeu da luta da classe trabalhadora no Brasil se dá com a eleição do primeiro presidente operário da história do povo brasileiro. Dando sequência às conquistas, elegemos a primeira mulher presidenta. Já se vão dez anos deste governo protagonizado pelo Partido dos Trabalhadores (que também é das Trabalhadoras), fundado há trinta e três anos e referência da esquerda na América Latina e no mundo.

O PT nos governos
Retiramos milhões de famílias da miséria e da fome; incluímos afirmativamente os setores populares da sociedade no ensino superior; transformamos a vida das pessoas no cotidiano, dentro da casa delas. Ganho real no salário mínimo; garantia de proteção aos produtos e consumidores brasileiros; proeminência e protagonismo nas relações internacionais. Poderíamos nos dispor a elencar tantas quantas forem necessárias respostas estatísticas que acusem e reconheçam nossos avanços nos governos.
Esse triunfo no enfrentamento ao ancestral desequilíbrio social, assim como a superação de fatores que pudessem vir a travar a governabilidade, consequência de uma amplitude acentuada no leque de alianças, não representam acaso algum. Particularmente no cenário paraibano temos a única capital petista no Nordeste, e isso é inédito aos paraibanos e em especial, aos pessoenses. Historicamente tivemos pouco sucesso na Paraíba, sempre oscilando entre coadjuvante e refém do PMDB - e até um surreal PSDB em Campina Grande e o ex-PPS em João Pessoa.
Os governos tem mostrado esforço em atender às necessidades da classe trabalhadora, mas esses mesmos governos (e vale ressaltar, é diferente de poder) liderados pelo PT (tanto no plano nacional quanto no local) digladiam internamente contra interesses de conservadores ruralistas, fanáticos religiosos, empresários e especuladores. E esse esforço se torna redobrado quando não envolve a sociedade, não a conscientiza e a coloca como espectadora e receptora de benefícios consumistas capitalistas, ao invés de alçá-la ao patamar de protagonista, parceira consciente de seu papel no processo democrático.

Uma nova mentalidade para se discutir o PT: disputar a sociedade é preciso
Entender o momento de dialogar para além do governo, e de colocar a militância do partido para um debate franco com a sociedade deve ser encorajado. O debate de gabinetes e secretarias já onera muitos militantes partidários e a acumulação de cargos é um defeito que deve ser consertado, de forma a liberar um possível engessamento e garantir uma transição na geração política que dirige o PT. Tudo isso demanda uma ação organizada e articulada, da força da militância e da credibilidade de sua direção.
Isso é irrefutável: convergir uma infinidade de forças políticas de esquerda para montar este partido, governar o Brasil e promover inclusão social é a vitória dessa primeira geração política do PT. E que à segunda geração política cabe elaborar uma nova estratégia capaz de superar a primeira, dialogando com suas conquistas. O Brasil é outro depois dos governos Lula e Dilma. João Pessoa alimenta expectativas do que possa ser a gestão de Luciano Cartaxo, e toda a Paraíba espera do PT uma postura diferente em 2014, na disputa estadual. Esse novo Brasil exige uma nova estratégia. A vitrine de João Pessoa é fundamental para aspirações estaduais.
Assim, simplesmente seguir governando e incluindo gente, nesse mesmo padrão de consumo e mentalidade individualista, nos levará ao esgotamento do sistema econômico e do projeto de transformação para a sociedade que queremos. Além de melhorar a vida das pessoas, é importante que elas tenham consciência de não se “tornarem uma nova classe média”. Isso é capitalismo e não é esse o nosso objetivo. O nosso objetivo deve ser “formar uma nova classe trabalhadora”, com melhores condições e qualidade de vida. Essas pessoas serão cidadãos e cidadãs conscientes e elas mesmas buscarão a transformação da sociedade.

Um convite ao diálogo
É esse o sentido das coisas para nós do Movimento Ação e Identidade Socialista. É isso que pensamos sobre os trabalhadores nessa data, e sobre essas ponderações temos uma posição dentro do nosso partido. Parabenizando os trabalhadores e as trabalhadoras por esse histórico dia de luta, aproveitamos e viemos até aqui apresentar essa alternativa. Com outros nomes, outra mentalidade, uma nova cultura política, uma nova maneira de tratar. Assim nos apresentamos e nos propomos ao diálogo para o Processo de Eleição Direta de 2013.
Apostamos na disputa social, política e ideológica em todos os espaços possíveis. Inclusive no interior de nossos próprios partido e governos. Sabemos que a superação do neoliberalismo não se dará tão somente por governos (que são importantes, e sobre os quais nos dispusemos, pelo bem do povo, a construí-lo através dele, também, um caminho de transformação) e a história da sociedade caminha rápida com o advento tecnológico, mostrando que os partidos precisam pensar outras dinâmicas, se quiserem estabelecer diálogos e relações. Contudo será também na luta do povo, na mobilização social, na disputa de hegemonia que construiremos o socialismo.
João Pessoa, 01/05/2013.
Movimento Ação e Identidade Socialista