terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Feliz Ano Bom!

[ou Da Política que queremos]

Começamos o período de 2014.
Meu desejo é o de um ano de muito aprendizado e fortalecimento de valores.
Parafraseando Caetano, pergunto à vocês "O que quer, o que pode esta Juventude?"
Que Política queremos?
Por diversas vezes estive à sós com algumas das pessoas que colaboram com este agrupamento e perguntei-lhes sobre seus sonhos e objetivos, boa parte não soube o que responder.
É muito triste quando se percebe o quão perdida está a Juventude de um país e, a partir disso, se percebe o porque de uma nação como o Brasil estar tão entregue aos desmandos dos politiqueiros de plantão. A Juventude brasileira vive um momento curioso, as "Revoluções de Junho" e os "coxinhas" mostraram o que já sabíamos: questionamos o que não conhecemos, mais uma vez somos feitos de "massa de manobra", mais uma vez somos apenas números.
O que queremos? Empregos na Administração Pública? Liberação financiada por parlamentares-de-rabo-preso? O que queremos afinal?
Eu sei o que quero. Quero construir dentro de mim valores morais e políticos que me ajudem à entender e a contribuir com o meu país e com o mundo em que vivo. Sou pobre e não tenho vergonha disso, preciso de emprego e de salário, como a grande parte de nós, tenho apenas alguns fins-de-semana e, talvez algumas noites para dedicar à Política, mas não à essa política partidária, estéril e frígida, na qual estamos imersos até o pescoço.
Quero a Política, aquela que pensa a Pólis, aquela que quer mudar o mundo e fazer dele um lugar melhor pra se viver.
Sei também o que NÃO quero: Não quero Atas manipuladas para "tentar driblar o sistema", não quero acordo, não quero aliança, não quero politicagem. Perdoem se pareço reacionária, não falo assim porque me acho melhor que as outras pessoas, apenas por um ponto de vista estratégico que me fez perceber, que este caminho "escolhido" por nós, não agregou em nada! Só fez de nós MAIS DO MESMO.
Quero MAIS! Quero fazer da minha militância como aprendi quando adolescente, com o exemplo do próprio Partidos das Trabalhadoras e Trabalhadores, quero conhecer minha comunidade, a menina da padaria, o rapaz do posto de saúde, a tia da tapioca... Quero saber quem é o povo pelo qual eu "digo" que luto. Seus sonhos e suas dificuldades.
O pouco que dou é muito mais do que muita gente já sonhou em oferecer. Não preciso estragar minha vida, passar fome ou andar quilômetros à pé para fazer Política, o que faria sem reclamar se realmente fosse preciso. Estou cansada dessa visão romântica de militância, isso não é e nunca foi verdade.
Preciso me formar antes de sair por aí falando bobagem, preciso conhecer e conviver com meus pares e, principalmente, entender que militância é uma obrigação que tenho comigo mesma, por minha consciência.
Quando denuncio uma violência contra uma mulher, contra uma criança ou um animal estou fazendo política, quando me informo sobre o que acontece, estou fazendo Política. Quando me importo com as outras pessoas estou sendo, também, uma pessoa política.
Estratégias alinhadas, reconhecimento, espaço... Isso tudo é uma grande, uma enorme, uma tremenda bobagem! Não teremos isso, nada disso. Ninguém que se importe com um pobre terá espaço ou reconhecimento e a única estratégia válida é a de ser sincero.
Quem de vocês se importa?
Quem de vocês tem alguma preocupação com algo além do próprio umbigo?
Se houver algum entre nós que pense também no outro, além de si, estaremos no lucro e poderemos fazer grandes coisas. Só não espero (e nem desejo) que estas grandes coisas sejam nomes em executivas, grana no bolso ou status social.
Podemos fazer coisas bem mais importantes e são muitas!
Não abandonei o MAIS e nem pretendo, pouco importa o nome, para mim, onde eu estiver, estarei fazendo Política, pq isso faz parte de quem eu sou.
Se algum de vocês faz parte da Pólis e se importa com ela vamos nos encontrar e ver o que queremos e o que podemos fazer por nós mesmos e por nossas concidadãs e concidadãos.
O meu grande desejo para 2014 é que cada uma de nós descubra para quê veio.
Eu não vim até aqui à toa, e vc?
Você se importa?

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Eu sou neguinha!

“Nascer negro é consequência.
Ser é consciência”.

Sergio Vaz, poeta.

Novembro termina sob ameças de ser pintado de azul, mas o novembro será sempre Negro apesar de Zumbi ser homem... Os homens que se cuidem, porque os negros nunca desistiram de lutar.

Vocês sabiam que sou negra? Não me lembro de ter falado sobre isso antes mas, pra quem ainda não sabe, "eu sou neguinha"! Não falo porque não acho que cor de pele seja algo relevante quando o assunto é gente. Gente é bom de toda cor e se fosse colorido seria melhor ainda, eu mesma queria ser vermelha com listrinhas amarelas e manchinhas verdes, mas nasci assim, com pouca melanina e muita adrenalina.

Frequentemente me dizem:
- Você não é negra, menina! É tão branquinha...
- Dá licença.

Ninguém vai me dizer o que sou. Eu sou o que sinto e ponto.
Acho um desperdício essa mania que algumas pessoas tem de ficar definindo o que pode e não pode. Para mim, isso é racismo velado.

Sou negra e sempre me corrigiram afirmando que, no máximo, sou "parda" (num sei nem o que é isso...) por conta do meu tom de pele. Sinto muito pela ignorância alheia, mas qualquer racista, facista, nazista ou "oculista" que olhe pra mim vai discordar automaticamente do que afirmam minhas compatriotas. Sou negra e faço questão de me afirmar enquanto NEGRA.

Sinto e lamento em saber que vou sentir a vida inteira o peso do racismo. Só eu sei quantas 'portas de emprego" se fecharam para, em seguidas, terem contratos assinados com loirinhas de cabelo liso (chapinha? pouco importa). Lembro com tristeza das famílias dos namorados brancos que tive fazendo cara feia quando eu chegava e dos comentários que "sem querer" eu ouvi. Do meu marido falando que eu "ficava melhor" com cabelo liso. Lembro de tantas coisas que preferia esquecer e que se não fosse a ancestralidade de meu povo, garantindo dentro de mim a força necessária, eu não teria conseguido. Um toque de afoxé certa noite me mostrou o que faltava para continuar, pra me sentir bonita, para ter coragem de encarar o mundo, sendo como sou: a consciência de ser uma mulher negra.

As pessoas costumam confundir alhos com bugalhos.

Estátuas brancas de Iemanjá são uma afronta, mas uma branca de turbante, não. Dizer que esta ou aquela está se "apropriando da identidade negra" é excesso e um certo racismo. Não é possível se apropriar da identidade negra, isso é sentido, vivido, é doloroso e majestoso. Está no sangue. Não podemos dizer o que as pessoas brancas podem ou não podem usar, oxalá pudéssemos todas nós nos vestir como bem entendemos sem discriminação. Não preciso da tolerância de ninguém, só quero o que é meu, minha liberdade. É minha, terei de volta.

Queria que todas e todos pudessem usar o cabelo que acham bonito, usar a roupa que querem, enfim, ser quem são, sem a mídia ou as intelectuais pra dizer o que é certo ou errado.

Sou importunada pelos negros cotidianamente por ter um tom claro na pele, discriminada desde a infância pelos brancos por ter os traços dos negros…. Sinceramente, eu quero mesmo é que me deixem em paz!

Sou negra porque quero ser, me olhei no espelho e percebi o óbvio, aquilo que os negros racistas teimam em não querer ver, aqueles mesmos que questionavam a "negritude" de Bob Marley. Eu escolhi ser negra, mesmo já sendo.

Sinto dentro de mim a ancestralidade do meu povo e ninguém vai me definir, eu não preciso. Uso turbante e cabelo crespo porque sou bonita assim, pinto meus "beiços" e vou pro afoxé, ergo meu punho de pele clara e vou pra rua, para o enfrentamento com quem não aceita o diferente. Quem vai me impedir? sou o que quero ser e tenho orgulho.Apesar de tudo minha pele ainda é "clara", mas afinal qual é mesmo a importância da cor da pele de um ser humano se todos temos sangue vermelho? Como diria o irmão Martin “I have a dream…”



domingo, 7 de julho de 2013

LANÇAMENTO OFICIAL DA CANDIDATURA DE PAULO TEIXEIRA (MENSAGEM AO PARTIDO) À PRESIDÊNCIA NACIONAL DO PT


    No último dia 05/07 foi realizado o Encontro Nacional do campo "Mensagem ao Partido", no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, em Brasília-DF, oficializando o lançamento do candidatura do deputado federal PAULO TEIXEIRA à Presidência Nacional do Partido dos Trabalhadores.


Foto: Joelson Miranda


       Na ocasião, diversos agrupamentos que compõem esse campo se fizeram presentes e representados por suas lideranças locais e regionais. Dentre essas forças internas do PT que se fizeram presentes estava O MOVIMENTO DE AÇÃO E IDENTIDADE SOCIALISTA (MAIS-PT), que fez intervenções durante o Encontro defendendo a importância do Partido repensar seus rumos e suas direções - nacional, estaduais e municipais. 


      Segundo Edmilson Cantalice, membro do MAIS-PT-PB, que esteve presente no Encontro da Mensagem "[...] é chegado o momento do PT reinventar-se, de reencantar seus filiados e suas filiadas e de se reencontrar com os movimentos sociais que pautam a agenda política no Brasil, nos estados e municípios nos tempos atuais. Não podemos deixar de garantir a paridade de gênero na composição das chapas que fazem as disputas para dentro e fora do Partido. Não podemos deixar de garantir também a participação da juventude, de negras e negras e da representação de grupos indígenas nessas composições. É sempre o momento de atualizarmos a construção e atuação de nosso Partido. E a Mensagem , assim como o MAIS-PT, está(ão) comprometido(s) com essa questão. Vamos eleger o companheiro Paulo Teixeira e nossas candidaturas estaduais e municipais da Mensagem ao diretórios do Partido por todo o Brasil."

Edmilson Cantalice

       Indagado sobre as propostas da Mensagem para a disputa do PED em 2013, Cantalice enfatizou a importância da Reforma Política, da Democratização dos Meios de Comunicação e da aprovação do Plano Nacional de Educação, para o processo de aprofundamento da democracia no Brasil.

       Dentro do campo da Mensagem na Paraíba o nome de Edmilson Cantalice está cotado para a disputa à presidência do PT em João Pessoa.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Contribuição Militante, antes de tudo, um dever.

“Toda ação coletiva supõe a necessidade da organização e da disciplina. Mas, o valor da disciplina está no fato da disciplina voluntária e consciente da militância – não a disciplina do medo, a disciplina dos quartéis.”

José Comblin¹

Saudações!

A contribuição financeira das companheiras e companheiros do MAIS-PT Parahyba é expressão do seu compromisso com a organização partidária, seus ideais e sua luta. Ao longo dos últimos meses, essa norma não foi exigida, deixando-se que cada militante se comportasse de acordo com sua vontade, esperando assim a tão sonhada "disciplina consciente". A repetição desse comportamento, da não exigência do pagamento, por parte da Coordenação de Finanças do MAIS-PT Parahyba, acabou gerando uma situação onde o que, a princípio, era lacuna a ser preenchida, virou uma "cultura", hábito, e não contribuir regularmente com o MAIS-PT Parahyba, para a maioria das companheiras e companheiros, passou a ser norma.

Na última reunião do MAIS-PT Parahyba, iniciou-se uma viva discussão acerca da contribuição militante, vivemos um momento de efervescência política em nosso país. Debate-se Política nas ruas, nas repartições, nas empresas privadas, nas instituições de ensino, em casa... Hoje, mais que nunca, é preciso criar estruturas que garantam a divulgação de nossas ideias e ideais, mais que nunca é preciso garantir que as bandeiras tão debatidas pelo MAIS-PT estejam nas rodas de diálogo e nas pautas de todos os agrupamentos (inclusive os que se intitulam "apartidários), sabemos da importância de nossas bandeiras para o povo brasileiro, porque também somos povo, sabemos que o que fazemos e como fazemos é sério e importante para o Brasil.

Apesar do limitado número de militantes dispostos a assumir tarefas e de suas dificuldades pessoais, os esforços empreendidos ultimamente mostram que conseguimos colocar minimamente em dia a "agenda" das discussões partidárias e populares. A questão da contribuição militante como uma questão político-ideológica é indicadora do grau de organicidade do MAIS-PT Parahyba e reveladora do grau de adesão ideológica para com o Partido, assim como também do próprio MAIS-PT Parahyba, por parte da militância.

Contribuição militante não é um favor, é um dever de todas e todos para com seu próprio compromisso com a Luta do Povo, é uma tarefa revolucionária!


Priscilla Marques, militante.
Coordenação de Formação Política
MAIS-PT Parahyba

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¹Teólogo e padre, teve uma vida dedicada à Teologia da Libertação e foi militante da igreja, na Paraíba, no nordeste, no Brasil e na América Latina.

sábado, 22 de junho de 2013

Os lobos uivam... Sedentos.

"Não podem existir os apenas homens,
estranhos à cidade.
Quem verdadeiramente vive
não pode deixar de ser cidadão,
e partidário.
Indiferença é abulia,
parasitismo, covardia,
não é vida.
Por isso odeio os indiferentes.
Vivo, sou militante.
Por isso odeio quem não toma partido,
odeio os indiferentes."

in "Os indiferentes", Antônio Gramsci.


Focada em outras coisas e num momento muito corrido da minha vida vi, apenas de longe, o desenrolar deste movimento que se espalhou pelo país nas últimas semanas. Ausente, fui absorvendo de leve e entendendo aos poucos esse "movimento", confesso que a desconfiança sempre esteve aqui, mas que não dei tanta importância a isto pq sou naturalmente desconfiada.


Fui chamada de conformista por uma menina de 20 anos, nem isso me estimulou. A empolgação não chegou embora soubéssemos que era preciso estar lá, ainda que para, depois, voltar para casa sentindo um peso na alma... Vi companheiras e companheiros se empolgarem, dedicarem-se a mais um movimento que, na minha opinião, não é autêntico. Eu tinha que estar lá...

Foto do livro
"Marcha da Família
com Deus pela Liberdade"
Rodrigues Matias, 
1964
Caminhei entre Reacionários. Senti-me hostilizada, não pela polícia mas pela alienação verborrágica de muitas pessoas ali presentes, pela fugacidade e oportunismo permeados em cada poro, em cada mente vazia e manipulada, infiltrada entre nós. Defensores da vida e da família se fizeram presentes, com seus ameaçadores cartazes chamando-nos ao arrependimento(?!). Havia muitas pessoas ali realmente querendo algo sério e politizado, querendo contribuir, mas boa parte queriam mesmo uma foto, um registro, outros  tantos queriam um golpe...



Ouvi dizer que acordaram um Gigante e tive muito, muito medo. Quem será esta Besta assustadora que dormia? Sei que não era o povo brasileiro, não somos preguiçosos e inúteis como dizem os poderosos. O povo brasileiro (o que eu conheço) acorda cedo, trabalha muito e, quando tem internet, não tem muito tempo pra rede social.

Não aguento mais movimentos importados...
Vi até uma FEMEN na manifestação, com aquela guirlanda na cabeça e tudo, mas tava vestida. "Primavera Árabe" aqui seria o quê? "Inverno Tropical"? A rede social não vai garantir justiça social, ela é só MAIS UM instrumento na busca pela conscientização da classe trabalhadora. A Revolução NÃO será televisionada.

Chamadas às ruas, com esse nível de despolitização, é irresponsabilidade. Dizer que "o povo brasileiro não quer ser representado" e não propor nada convincente, também é irresponsabilidade.
 Os poderosos nunca vão permitir que trabalhadores governem este país. Os ricos nos odeiam, uivam, como lobos famintos, como cães selvagens e querem nosso sangue, querem o vermelho de nossas bandeiras. Sempre foi assim, não vai mudar, quando me perguntam se tenho ódio de classe fico imaginando o que eu faria se um filho estivesse com fome e alguém, propositadamente desperdiçasse comida na minha frente, para me ferir, como fazem os ricos, todos os dias.


Tenho ódio de classe sim e não peço desculpas por isso. Tenho ódio de quem consegue deitar e dormir tranquilo tendo milhões em suas contas bancárias, exigindo de seus empregados jornadas de trabalho extenuantes e pagando salários ridículos, exigindo redução fiscal dos governos para poder "investir" no país, especulando e levando nossas pequenas empresas à falência pelo simples prazer de demonstrar poder. Para mim nunca haverá consenso entre trabalhadores e donos dos meios de produção, eles querem nosso sangue. Eles aproveitam-se da juventude e de sua força revolucionária, manipulam, instigam ao caos, confundem...

Não preciso dizer para ninguém, nem pra esses guris manipulados, o quanto nosso país mudou, não preciso provar nada, está tudo aí, está tudo exposto, só não vê quem não quer, quem se deixa alienar.

 Com a Direita Golpista a conversa é outra, a postura é diferenciada, vamos para o enfrentamento: Este país é nosso, das trabalhadoras e trabalhadores que o construíram, com sangue e suor! Podem gritar, uivem se quiserem, do alto de seus edifícios de luxo, pisquem a luz e incentivem o caos, daqui nós ouvimos, estamos nas portarias, nas recepções, nas cozinhas, vemos os ricos todos os dias e não somos bobos, sabemos que estão insatisfeitos com tudo o que conquistamos, sabemos que não suportam que nossos filhos estudem nas mesmas faculdades que os seus, que nós possamos andar pelos mesmos lugares e que em breve, terão que pagar bem caro pelo machismo, pela homofobia e pelo racismo, porque sempre soubemos que pra vcs, nosso defeito não é ser mulher, gay ou preto, é ser pobre. Uivem enquanto podem, lobos assassinos, este povo não se deixará levar pelas astúcias da classe mais ignorante que este país já viu. Vcs só tem dinheiro.

Eu, mulher de partido, fui "aconselhada" a não levar minha bandeira. Sempre tive orgulho da minha bandeira... A MINHA, a que escolhi pra mim, não a que "fabricaram" com ideais do positivismo de Comte. Eu, militante do movimento social, caminhei entre pessoas com cartazes cheios de alienação e fascismo...

Levo comigo, uma bandeira. Vermelha. Ela sempre esteve aqui, nas veias de uma trabalhadora.


Militando desde os 15 anos de idade vi o descaso, a inflação e o desespero do meu pai por não conseguir nos dar o básico, o essencial, mesmo trabalhando tanto! Vi jovens serem chamados às ruas pela grande mídia, pintando seus rostos e gritando "Fora Collor!", para, anos depois, o colocarem de volta nos espaços de poder. Vi a bandeira vermelha do MST se erguer nesse país e com ela crescer a luta por Soberania; categorias de trabalhadoras e trabalhadores, centrais sindicais, como a CUT, erguerem suas bandeiras em Marcha atravessando distancias enormes para levar uma mensagem e fazer o povo conhecer esta Nação; homens e mulheres na busca por construir um país mais justo. Elas e eles erguerem a "Bandeira Vermelha"... A minha tem uma estrela. Eu tenho orgulho dela, pois conheço a história deste país.

Aprendi a fazer política na rua, no dia a dia, com minha mãe, com "a menina da limpeza", com "o moço do mercadinho", com "o homem da feira", com os partidos políticos, com os movimentos sociais que pensam o Brasil à sério... Com aquelas e aqueles que lutam pelo povo, porque são povo.

O que sei sobre o Brasil não foi aprendido na TV e nem no Facebook.

Eu senti, eu vivi.

Sou militante.






"Os cães ladram
mas a caravana não para."

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Convite à Luta!

MAIS que o Parabéns pela luta,
Um convite à ela!
Primeiro de Maio. Estamos chegando a mais um dia das Trabalhadoras e Trabalhadores. Data que, mais que um feriado, representa uma união e transmite uma simbologia de lutas e conquistas para a classe trabalhadora. Mais que praia e churrasco, é tempo de se colocar nas mesas dos bares, escritórios, fábricas e casas desse país, uma reflexão sobre a classe trabalhadora. Uma opinião sobre política. Para nós, uma posição partidária.
História de Lutas
Cabe ainda à essa altura, lembrar da consciência de classe que o povo trabalhador deve ter. Lembrar que é necessário avaliar, ponderar e se reconhecer enquanto explorado. Consciente disso, argumentar no extenso campo de batalha que se projeta a luta política e conduzir uns aos outros a uma sociedade melhor. Temos só algumas ideias do que queremos, e aos olhos dos outros, o medo dessa incerteza é nosso vilão. Entretanto o que nos alimenta é outra certeza. Essa nos move de forma incansável e tem potencial. Não é esse o mundo que queremos.
Pensando nesses sonhos, os trabalhadores lutaram durante toda a história deste país, com greves gerais, manifestações e paralisações, organizados ou não em sindicatos. O apogeu da luta da classe trabalhadora no Brasil se dá com a eleição do primeiro presidente operário da história do povo brasileiro. Dando sequência às conquistas, elegemos a primeira mulher presidenta. Já se vão dez anos deste governo protagonizado pelo Partido dos Trabalhadores (que também é das Trabalhadoras), fundado há trinta e três anos e referência da esquerda na América Latina e no mundo.

O PT nos governos
Retiramos milhões de famílias da miséria e da fome; incluímos afirmativamente os setores populares da sociedade no ensino superior; transformamos a vida das pessoas no cotidiano, dentro da casa delas. Ganho real no salário mínimo; garantia de proteção aos produtos e consumidores brasileiros; proeminência e protagonismo nas relações internacionais. Poderíamos nos dispor a elencar tantas quantas forem necessárias respostas estatísticas que acusem e reconheçam nossos avanços nos governos.
Esse triunfo no enfrentamento ao ancestral desequilíbrio social, assim como a superação de fatores que pudessem vir a travar a governabilidade, consequência de uma amplitude acentuada no leque de alianças, não representam acaso algum. Particularmente no cenário paraibano temos a única capital petista no Nordeste, e isso é inédito aos paraibanos e em especial, aos pessoenses. Historicamente tivemos pouco sucesso na Paraíba, sempre oscilando entre coadjuvante e refém do PMDB - e até um surreal PSDB em Campina Grande e o ex-PPS em João Pessoa.
Os governos tem mostrado esforço em atender às necessidades da classe trabalhadora, mas esses mesmos governos (e vale ressaltar, é diferente de poder) liderados pelo PT (tanto no plano nacional quanto no local) digladiam internamente contra interesses de conservadores ruralistas, fanáticos religiosos, empresários e especuladores. E esse esforço se torna redobrado quando não envolve a sociedade, não a conscientiza e a coloca como espectadora e receptora de benefícios consumistas capitalistas, ao invés de alçá-la ao patamar de protagonista, parceira consciente de seu papel no processo democrático.

Uma nova mentalidade para se discutir o PT: disputar a sociedade é preciso
Entender o momento de dialogar para além do governo, e de colocar a militância do partido para um debate franco com a sociedade deve ser encorajado. O debate de gabinetes e secretarias já onera muitos militantes partidários e a acumulação de cargos é um defeito que deve ser consertado, de forma a liberar um possível engessamento e garantir uma transição na geração política que dirige o PT. Tudo isso demanda uma ação organizada e articulada, da força da militância e da credibilidade de sua direção.
Isso é irrefutável: convergir uma infinidade de forças políticas de esquerda para montar este partido, governar o Brasil e promover inclusão social é a vitória dessa primeira geração política do PT. E que à segunda geração política cabe elaborar uma nova estratégia capaz de superar a primeira, dialogando com suas conquistas. O Brasil é outro depois dos governos Lula e Dilma. João Pessoa alimenta expectativas do que possa ser a gestão de Luciano Cartaxo, e toda a Paraíba espera do PT uma postura diferente em 2014, na disputa estadual. Esse novo Brasil exige uma nova estratégia. A vitrine de João Pessoa é fundamental para aspirações estaduais.
Assim, simplesmente seguir governando e incluindo gente, nesse mesmo padrão de consumo e mentalidade individualista, nos levará ao esgotamento do sistema econômico e do projeto de transformação para a sociedade que queremos. Além de melhorar a vida das pessoas, é importante que elas tenham consciência de não se “tornarem uma nova classe média”. Isso é capitalismo e não é esse o nosso objetivo. O nosso objetivo deve ser “formar uma nova classe trabalhadora”, com melhores condições e qualidade de vida. Essas pessoas serão cidadãos e cidadãs conscientes e elas mesmas buscarão a transformação da sociedade.

Um convite ao diálogo
É esse o sentido das coisas para nós do Movimento Ação e Identidade Socialista. É isso que pensamos sobre os trabalhadores nessa data, e sobre essas ponderações temos uma posição dentro do nosso partido. Parabenizando os trabalhadores e as trabalhadoras por esse histórico dia de luta, aproveitamos e viemos até aqui apresentar essa alternativa. Com outros nomes, outra mentalidade, uma nova cultura política, uma nova maneira de tratar. Assim nos apresentamos e nos propomos ao diálogo para o Processo de Eleição Direta de 2013.
Apostamos na disputa social, política e ideológica em todos os espaços possíveis. Inclusive no interior de nossos próprios partido e governos. Sabemos que a superação do neoliberalismo não se dará tão somente por governos (que são importantes, e sobre os quais nos dispusemos, pelo bem do povo, a construí-lo através dele, também, um caminho de transformação) e a história da sociedade caminha rápida com o advento tecnológico, mostrando que os partidos precisam pensar outras dinâmicas, se quiserem estabelecer diálogos e relações. Contudo será também na luta do povo, na mobilização social, na disputa de hegemonia que construiremos o socialismo.
João Pessoa, 01/05/2013.
Movimento Ação e Identidade Socialista



domingo, 24 de março de 2013

NOTA DE REPÚDIO AO DEPUTADO PASTOR MARCO FELICIANO.


Murilo Mesquita


NÃO NOS REPRESENTA!
A Juventude do Partido dos Trabalhadores da cidade de João Pessoa vem a público expressar veemente repúdio ao Deputado Pastor Marco Feliciano, por seus comentários homofóbicos, racistas e sexistas que, pautados num fundamentalismo religioso, vai de encontro às normas democráticas e às garantias constitucionais do Estado de Direito.
Da mesma forma, em sintonia com a sociedade civil organizada, não concebe a representação do Deputado Pastor na Presidência da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH). A Juventude Petista entende que o Pastor Marco Feliciano é um ator político destoante da luta histórica que a CDHM mantém pelo empoderamento das minorias, que foram ostracizadas e marginalizadas do processo de construção do Estado brasileiro e do debate político de nossa jovem democracia.
Assim sendo, para dar ainda mais força aos 10 anos de um Governo Democrático e Popular, nós reivindicamos uma Comissão que esteja em profunda ligação com a ampliação de Direitos, na luta para que as minorias sejam representadas e protegidas contra os discursos de ódio, contra a violência cultural que está sendo naturalizada pelos conservadores meios privados de hegemonia.
Juventude do Partido dos Trabalhadores
24 de Março de 2013, João Pessoa - PB